Alvarina Nunes
Alvarina Nunes

Mil e um segredos para você!!!

Calçados

Calçados

De onde vem os calçados?

Talvez os rigores do clima ou a progressiva perda de pelos do corpo obrigaram o homem a procurar proteção, encontrando na pele dos animais o seu primeiro abrigo. As peles maiores, usadas sobre os ombros, constituiam testemunho do valor do caçador e protegiam-no contra os rigores do frio ou da chuva, fazendo parte do seu primitivo escudo.
O couro cru, untado de gordura natural, flexionado e surrado pelo uso, tornou-se macio.
Pelo uso e pela ação das enzimas, as peles ficaram depiladas, enriquecendo assim o conhecimento do homem, que apreciou as novas qualidades desde material.Aprendeu ainda que a lama tinha a propriedade de acelerar a remoção do pelo.Através de milênios, o homem foi desvendando o segredo da conservação das peles, com gordura e após com extratos vegetais, das polpas e cascas das árvores.
Na idade da pedra, tentos de couro atavam os machados de pedra, ou eram empregados nos arcos de caça.Os nômades transportavam água em bolsas de couro, costume ainda empregado.A história documenta que os hebreus descobriram o curtimento com casca de carvalho.
Povos como os árabes, distinguiram-se nos trabalhos de encadernação e selaria, onde muitas de suas fórmulas vieram até nossos dias e entre eles, o curtimento com alúmem e sal comum.
Os milênios da civiliação, não apagaram as tradiçoes da arte de curtir, cujos segredos eram avaramente transmitidos de pai para filho.
O tempo, fez com que, espíritos mais esclarecidos levassem a arte para dentro da ciência de curtir.O empirismo deu lugar a metodização, e com isso ao progresso científico.
Em meados do século 19, foram descobertos, os métodos do curtimento ao cromo.
O Curtimento é a ciência de domínio da Química e o químico curtidor, com maiores conhecimentos que dos seus antepassados, possui drogas e aparelhagem, a qual permite o controle de seus processos.
Tem o curtimento por objetivo, converter as peles em substâncias imputrecíveis e impermeáveis, dotando-as simultaneamente de flexibilidade suavidade e resistência.
A pele curtida recebe o nome de "Couro".
A pele sem tratamento não resiste à todas as aplicações da vida moderna, mas o seu curtimento lhe confere vida longa e múltiplas utilidades.Uma delas é a confeção de calçados que no momento nos interessa
Os primeiros sapatos de que se tem notícia apareceram na Mesopotâmia e no Egito, 5 mil anos antes de Cristo. Eram sandálias feitas de fibras vegetais e couro e nem todo mundo podia usá-las: eram exclusividade dos soberanos sumérios, assírios, babilônicos, cretenses e egípcios. "Nesta última civilização, o faraó dava muita importância às sandálias. Tinha uma pessoa só para levá-las de um lugar ao outro", conta Ida. Também na mesma época surgiram as botas. Estas foram criadas pelos persas, que viviam nas montanhas e viajavam muito a cavalo. "O sapato, neste caso, foi uma necessidade imposta pelo frio e pelo modo de vida".


O ofício de sapateiro é antiquíssimo, mas, ainda assim, os sapateiros eram objeto de discriminação e tinham seu gueto particular, juntamente com curtidores e carniceiros, na fímbria das cidades antigas. Foi o cristianismo que dignificou a categoria. E surgiram logo três santos sapateiros: Aniano e os irmãos Crispim e Crispiniano. As sandálias eram o tipo mais comum de calçado nas civilizações primitivas. Um exemplar, feito de papiro trançado e encontrado num túmulo egípcio, data de 2000 a.C. Ao tempo da XVIII dinastia, as classes abastadas já haviam adotado as sandálias de cana ou fibra. Os primeiros sapatos macios foram introduzidos na Mesopotâmia por volta de 1595 a.C. Eles consistiam num pedaço de couro enrolado no pé e atado ao artelho com tiras de couro cru. Os coturnos gregos eram um simples adereço de teatro até que foram copiados pelos romanos e incorporados à vida diária. As mulheres gregas também andavam descalças ou de sandálias na rua. Tinham sapatos fechados e confortáveis para usar em casa. Tais sapatos só ficaram luxuosos no período helenístico. Até o século V, os etruscos usavam sapatos de modelo próprio, amarrados, de cano alto e bico revirado. Mas foram os romanos que primeiro moldaram sola e gáspea, e fizeram formas diferentes para os pés direito e esquerdo - um grande progresso. Tais formas (de madeira) foram esquecidas, e tiveram de ser reinventadas em 1818. Os calçados romanos variavam com sexo e a classe social do usuário. O imperador Caio, por exemplo, criado entre os soldados de seu pai Germânico, adotou pelo resto da vida a sandália do exército (calígula) e passou à história com esse nome. d.C.

PEQUENO GLOSSÁRIO DOS SAPATOS

Cabedal: Parte superior do calçado destinada a cobrir e proteger a parte de cima do pé. Compreende praticamente toda a extensão do sapato, menos a sola. Divide-se em gáspea (parte da frente) e traseiro (parte lateral e de trás do calçado). O cabedal é para o calçado mais ou menos o que a carroceria é para o carro. Contraforte: Reforço colocado entre o cabedal traseiro e o forro, na região do calcanhar. Se você apalpar com força seu sapato, por trás, vai sentir um semicírculo mais firme que cobre seu calcanhar. Esse é o contraforte. Couraça: Reforço colocado no bico do sapato e fica escondido sob o material externo do cabedal (couro, lona etc) e o forro.
Gáspea: Parte frontal do cabedal do sapato. Compreende a porção que cobre desde os dedos até o peito do pé (em alguns modelos, é uma peça só com a parte chamada "língua" ou "lingueta"). Solado: Conjunto de peças que formam a parte inferior do calçado e que se interpõem entre o pé e o solo. Palmilha de montagem: Lâmina feita geralmente à base de celulose ou couro, do mesmo tamanho da planta da forma. Ela é fixada por cima da sola, e sobre ela é montado o cabedal do sapato. Alma: Peça delgada posicionada longitudinalmente ao centro da palmilha, que serve para dar firmeza no caminhar e sustentar a planta do pé. Pode ser de aço, madeira, arame ou mesmo de plástico. Palmilha de acabamento: Material (couro, tecido ou plástico) que recobre o sapato internamente, assentado sobre a palmilha de montagem e a alma. Sola: Parte externa inferior do solado, que está em contato direto com o chão. Dela depende em grande parte a qualidade e performance do calçado. Salto: Suporte fixado à sola na região do calcanhar e destinado a dar equilíbrio ao calçado.
Entressola: Camada intermediária colocada entre a palmilha de montagem e a sola.
Vira: Tira colada ou costurada em torno do sapato, sobre a beirada da sola (em geral, do mesmo material), como acabamento.
01- Contraforte
02- Palmilha de Acabamento
03- Forro
04- Lingueta
05- Cadarço
06- Ilhóses
07- Gáspea
08- Biqueira
09- Sola
10- Vira
11- Lateral
12- Salto
13- Traseiro
SISTEMA DE NUMERAÇÃO
A idéia de padronizar a numeração dos calçados veio do rei Eduardo 1º, da Inglaterra, o mesmo que em 1305 decretou que se considerasse como uma polegada a medida de três grãos secos de cevada alinhados.
Os sapateiros passaram a fabricar, pela primeira vez na Europa, sapatos em tamanho padrão, baseando-se nos tais grãos de cevada. Um calçado que medisse, por exemplo, 37 grãos de cevada era conhecido como tamanho 37.
Hoje há diversos sistemas de numeração de sapatos, que podem levar em conta comprimento e mesmo a largura do sapato. Os mais usados, no entanto, são os que seguem abaixo:
Sistema europeu: Usado na França, Itália, Alemanha e na maioria dos países da Europa continental. Para fazer a correspondência com o brasileiro, devem ser somados duas unidades. Um tamanho 40 brasileiro, por exemplo, corresponde a um 42 europeu.
Sistema inglês: É o sistema ocidental mais antigo e se baseia na polegada (2,54 cm) e separado para crianças e adultos. A numeração infantil vai de 0 a 13 e a de adultos de 1 a 13½. Não há um cálculo simples para a conversão de tamanhos para o sistema brasileiro. Um 40 nacional corresponde ao 8 na Grã-Bretanha. Sistema americano: É um sistema próximo ao inglês. Com relação ao último, basta somar uma unidade para fazer a correspondência. Assim, um 40 brasileiro, que é 8 na Inglaterra, é 9 nos Estados Unidos. Sistema brasileiro: No Brasil, utiliza-se uma variação do sistema europeu, ambos baseados em cálculos sobre o sistema métrico.

Beleza e conservação dos Calçados


Pomada para sapatos pretos

5 partes de cera de abelha
17 partes de carnaúba
11 partes de cera do Japão
39 partes de parafina
6 partes de estearina
196 partes de ess. de terebentina
q.s.p de corante negro (para gorduras)
Fundem-se as ceras, a parafina e a estearina, quando a massa tiver alcançado uma temperatura de 100ºC, mistura-se-lhe o corante negro para gorduras.Desliga-se o fogo e junta-se-lhe a essência de terebentina.Agita-se bem, deixando-se arrefecer a 55°C.Coloque nas embalagens.

Pomada de elevado brilho

800 gramas de carnaúba
800 gramas de cera de abelha
500 gramas de cera da montanha
1500 gramas de parafina
6,800 litros de terebentina
q.s.p de corante para gordura
Modo de preparo, igual a receita anterior.


Pasta para polir calçados

40 gramas de cera de abelhas
6 gramas de carnaúba
150 gramas de água raz
2 gramas de anilina na cor desejada
2 gramas de essência de Mirbana
Derreta tudo em banho-maria, com cuidado, misture bem e enlate.


Polidor de composição simples
1 quilo de cera amarela
350 gramas de sebo
100 gramas de parfina
550 gramas de gasolina
Fundir a cera, o sebo e a parafina em banho-maria, desligue o fogo e longe do fogo coloque a gasolina, misture bem e enlatar.



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